ARTEMIS

Nessa época do ano, de alardeados sentimentos de união, solidariedade, paz, fraternidade, podemos ver ainda mais a manifestação de sentimentos bastante opostos a esses entre as pessoas.
É uma época tensa, de milhares de preparativos, de férias, de viagens, de dinheiro extra (que logo vai embora), de compras, de gastos, de festas... Em resumo, de pressa e irritação. Onde, é bem mais freqüente as palavras ásperas e olhares duros e as expressões de impaciência entre os que tem de compartilhar, e algumas vezes competir, por lugares em filas e produtos em lojas do que os necessários sorrisos e gentilezas, que deveriam marcar essa época de festas familiares.
Nessa época, procuro utilizar mais intensamente uma atitude pela qual me decidi há algum tempo. Atitude que, infelizmente, costuma surpreender muita gente.
Uso o sorriso e a gentileza.
Por mais que me sinta cansada, que esteja irritada, que tenha sido mal atendida (o que na verdade pode não ocorrer, pois os atendentes de vários serviços estão é sobrecarregados demais para atenderem melhor), sorrio, agradeço e desejo um Feliz Natal e Ano Novo.
Essa decisão surgiu quando percebi que eu era muitas vezes uma vítima de escolha da grosseria de pessoas que, ou simplesmente tem esse tipo de natureza, ou tem a capacidade de detectar pessoas mais tímidas e descarregam sobre elas suas frustrações e problemas do dia.
Resolvi deixar de ficar apenas magoada e reagir. Porém, jamais conseguiria ter uma reação da mesma natureza, pois, como me tornar agressiva de uma hora para outra?
Então, passei a contra atacar com a gentileza.
Para uma senhora que me atendeu com a pior das más vontades, em um certo local, me dando o mínino de informações possíveis ao que eu precisava e somente quando solicitada, agradeci com um sorriso aberto e desejei um ótimo fim-de-semana para ela e a família. Nesse caso, a mulher pareceu despertar de um sonho, e piscando algumas vezes, surpresa, sorriu sem-graça e me desejou o mesmo, com visível sinceridade.
Gosto de agradecer em voz alta e sorriso aberto, desejando Feliz Natal para as caixas de supermercado, que levantam seus rostos extenuados e, com olhos brilhantes e sorrisos, retribuem o cumprimento. Vejo sempre que o que elas mais recebem são reclamações grosseiras de sua lentidão e incompetência, principalmente nessa época, em que todos vão ao supermercado ao mesmo tempo, e parece que as filas são culpa delas e não de nós consumidores, sempre atrasadinhos.
Obviamente, não é uma estratégia excelente, que funcione com todos, pois alguns são intrinsecamente grosseiros.
Mas, ainda assim, os resultados são bem melhores do que aqueles que eu esperava, pois a maioria das pessoas percebe que me recuso à agressão e respondo com a gentileza, e mudam sua atitude.
Acredito que o ser humano goste de ser gentil, se sente bem por isso. Não vou mentir que minha atitude não seja movida por motivos vaidosos. Claro que é! Sinto-me algo melhor que o interlocutor grosseiro.
Gosto de despertar esse sentimento nas outras pessoas também, fazê-las sentirem-se bem consigo mesmas.
Por esse motivo, peço indicações quando preciso, e costumam ser muito gentis e esforçados em assinalar como chegar a algum local, quando peço com gentileza. Peço sugestões a outras mães desconhecidas quando vou comprar roupas para meus filhos, e diversos outros tipos de pequenos auxílios que não causem transtornos à ninguém e que, faz com que, quem ajuda, sinta-se bem em poder ajudar e pela posição ligeiramente superior de conhecer algo que a pessoa que pede a orientação, ajuda, conselho, não sabe.
É uma maneira simpática e gentil de conseguir amigos, mesmo que nunca mais venhamos a reencontrá-los.
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Somente 4 dias estaremos fora de casa, não precisa de muitas roupas, vamos ficar na casa da mãe da Alice, só pra descansar e comer. Só vamos ocupar o porta-malas com umas mochilas de roupas e os presentes de Natal. Não teremos problemas de espaço. Pensei
Que ilusão!
Como pude pensar que cinco mulheres em qualquer tipo de viagem pudessem levar pouca bagagem?
Já ao sair de casa com minha filha comecei a perceber o problema. Minha mochila, a dela, os presentes colocados em uma caixa de papelão, as latinhas de cerveja, refrigerantes e alguns alimentos que carregávamos ocupavam uma boa parte do porta-malas. Ainda tinha toda a bagagem das nossas 3 amigas!
Na frente do prédio delas, quando fui buscá-las, percebi que precisava de uma camionete.
Minha bagagem foi retirada toda do porta-malas e colocada na calçada, depois recolocada, ocupando apenas a metade do espaço ocupado antes. Cada pessoa tem habilidade para coisas diferentes. Definitivamente, para aproveitar bem espaços restritos, eu não tenho.
Elas tinham sérios motivos para essa arrumação cuidadosa. Minha amiga Alice, desceu do apartamento com uma caixa enorme. Havia comprado um forno de microondas, e levaria para a mãe de presente de Natal.
Havia uma mochila de roupas para cada uma, claro! E Para comemorar o ótimo emprego novo, uma delas estava levando um bom champanhe e vinhos.
Ainda, uma de minhas amigas é quase uma “chef” culinária e não admitiria uma ceia de Natal “qualquer”. Levou seus próprios temperos, chester desossado em outros perecíveis em uma bolsa térmica, vinho para cozinhar, alguns de seus equipamentos, outros ingredientes necessários ao que havia planejado para os quatro dias de crime à mesa e ... queijos, muitos e variados tipos de queijos!
Dentro do meu carro!
Pensem no cheiro!
Mas também podíamos lembrar-nos do sabor maravilhoso do que ela era capaz de obter com todas aquelas coisas, muitas vezes misteriosas, e os indispensáveis queijos.
Huuuummmmm!
Quantos quilos extra!!!
Quando conseguimos enfiar 80% da bagagem no porta-malas e fechá-lo, 3 de nós entramos no carro e as outras duas foram buscar o último ítem para a viagem.
Voltaram trazendo a gata, que morava com as três no pequeno apartamento, e sua caixa de viagem.
Todas acomodadas, sentadas com os pés sobre parte da bagagem, segurando a gata, um tanto nervosa no banco de trás, mas animada (gostava, e estava acostumada, a passear de carro), saímos em viagem.
Falávamos ao mesmo tempo. Demoramos a descobrir como fazer o rádio do carro funcionar utilizando aquilo que a minha amiga chama de seu “MPcoisa” a funcionar, pois tivemos de aprender como conectá-lo.
-Tem alguma coisa para comer aí? Fiquei tanto tempo esperando por vocês que acabei com fome? – pedi. Mentira, demorei tanto quanto elas.
Minha co-piloto, a também “chef” culinária:
-Pega aí atrás Alice. Perto do seu pé esquerdo. Tem algumas sfogliatti que preparei para nós.
Comemos as sfogliatti (por que me importaria de estar próximo ao pé da Alice, com aquele cheiro de chulé, vindo dos queijos, recendendo no carro?).
Conseguimos ouvir música e ainda chegamos inteiras em nosso destino, para um animado Natal de 6 mulheres e uma gata.
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Essa vai com dedicatória:
Com carinho e agradecimentos pela inspiração no assunto principal, para minha querida amiga ANNE

A Anne é uma garota que tem um dos rostos mais bonitos que já conheci, sempre falo isso a ela quando conversamos no MSN.
Outro dia, disse a ela que queria que me enviasse uma fotografia com autógrafo e dedicatória de Roma ou Paris, quando fosse uma modelo fotográfica famosa.
Pois não é que a danadinha da menina conseguiu inverter a situação, e quando lhe falei que escreveria sobre ela, e uma modificação lingüística do qual acredito que ela possa requerer créditos, disse que queria uma dedicatória.
Pois bem, está aí sua dedicatória Anne.
Estivemos trabalhando juntas um dia desses, e duas mulheres, mesmo bastante atarefadas, dificilmente ficam sem conversa. A não ser que estejam muito cansadas, tenham uma briga séria (não sendo muito séria, não é motivo suficiente para tolerar o silêncio), ou estejam com cólicas (ainda assim as cólicas e dores de cabeça dão um bom assunto). Nessa conversa, era freqüente que ela utilizasse a palavra “coisa”. Aquela “coisa” para medir isso..., aquela “coisa” que se faz no cabelo..., aquela “coisa” que se sente quando...
Até que chegou ao ponto de dizer que precisávamos agora “coisear” ... para acabar o procedimento que estávamos fazendo. Ela mesma riu da frase, mas logo se defendeu, e não pude deixar de lhe dar razão, pois foi muito boa em seus argumentos.
Disse que coisa era uma palavra muito útil, pois se referia a tudo, era muito abrangente, portanto seria justo que houvesse um verbo associado a uma palavra de tamanha utilidade e abrangência.
Rimos juntas e começamos a fazer planos. Fazer um abaixo assinado para legalizar a triste situação do verbo “coisear”, ver se podiam ser criados Projetos de Lei para esse tipo de coisa (olha ela aí!), afinal, são criados tantos tão variados e criativos.
Enfim, pensamos em entrar em contato com algum lingüista, para propor uma reforma na língua portuguesa, para que pudéssemos encaixar o verbo “coisear” como elemento legítimo da língua.
Infelizmente, nenhuma de nós duas conhece um lingüista.
Que coisa!
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Leio muitas coisas interessantes, escritas por diversas pessoas sobre vários assuntos que me interessam, e muitos deles me fazem pensar, e escrever, minha própria opinião.
Dois desses assuntos têm sido mais frequentes ao influenciarem minha vontade de escrever, e por isso, acabaram por se tornar uma espécie de série.
Confesso que não dou conta de colocar em dia o que já escrevi para organizar essa idéia, a ponto de minhas fontes de inspiração já estarem para contar uma certa idade. Pois continuo a ser uma mãe que trabalha e ainda quer ser uma blogueira amadora.
Estou planejando escrever uma série sobre algumas experiências e opiniões que tenho sobre Educação, um dos dois assuntos que tenho focado, e que se fizeram prioritários por seus próprios méritos. Do outro, falo em outra hora.
Educação é algo que está sempre em minha mente, e por mais que não trabalhe mais diretamente ligada à ela, sempre terei um respeito especial por isso que considero essencial na vida de uma pessoa. Uma verdadeira chave para o mundo, se assim o quisermos.
Não necessariamente a educação formal e tradicional, ainda que ela não deva ser negligenciada de forma alguma. Mas uma educação que se molde à realidade, necessidade e preferências do educando, para que assim se torne mais produtiva, e não algo que distorça e violente a realidade, necessidade e características pessoais. Pois dessa maneira acaba por perder sua efetividade, não alcançando os fins a que se destina, mas apenas fragmentos desencontrados, muitas vezes inúteis, destes fins.
Pois então, aí vêm alguns textos sobre Educação. Gostaria de saber sua opinião sobre o assunto, pois, para isso estou aqui.
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Rabisquei um texto esses dias e fiquei dizendo à mim mesma: “Nossa, como cê é enxerida. Pra quem não sabe nem o nome dos vizinhos, e sequer se os tem, como se sai bem quando resolve cuidar da vida dos outros!”
Iniciava assim:
“O trio sentado a quatro ou cinco mesas de distância da minha mesa na pizzaria, me deixava intrigada, e ...”
Bem, mas a verdade é que esse acontecimento já tem alguns meses, e sem um motivo muito claro, ainda não melhorei nem publiquei o rabisco.
Talvez, tentando deixar para depois mais essa clara manifestação do meu voyeurismo, pois já demonstrei anteriormente meu interesse em observar as outras pessoas.
Mas parece que agora, estamos sendo publicamente redimidos, nós que temos esse tipo de voyeurismo. Essa nova tendência e a identificação que encontrei com esse meu grupo social (voyeurs), estão divulgados no Olhômetro, Uma rede social que serve pra bisbilhotar
Aprendemos que não é bonito, educado, elegante, o que quer que seja, se interessar pela vida dos outros. Muito menos demonstrar isso abertamente.
Mas as evidências de nosso interesse na vida de outras pessoas é uma coisa que não se pode mais negar sem ser hipócrita ou ridículo. Por isso temos tantas pessoas interessadas na vida dos famosos, programas de TV que vigiam pessoas convivendo de maneira artificial, sites que mostram o dia-a-dia de pessoas comuns (ou não).
E blogs.
Todos temos uma curiosidadesinha sobre a vida do outro. Uma suspeita de que talvez a vida “dele”, seja melhor que a minha, por mais que eu seja mais bonito, mais bem pago, mais saudável, mas...
Como saber????
Ou ainda, uma suspeita de que, apesar de tantas contas para pagar, da balança que insiste em nos criticar e daquele calo incurável no dedão, possamos ser uma das pessoas mais felizes do mundo!
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Tenho me cobrado muito por usar a mim e à minha própria vida como assunto constante e exemplo de diversas questões que com freqüência parecem somente auto-promoção. Mas, não sou uma pessoa pública, nem quero ser. Ao contrário, quero manter meu anonimato.
Felizmente, vou me esforçar muito em não fazer mais isso!
Toda vez que me deixo levar pelas minhas frescuras, esquisitices e tendência a auto cobraças, leio alguém que parece ter se dado ao trabalho de me dar uma força, ou uma bronca mesmo, que também serve muito. Meu agradecimento dessa vez vai para o que li no Liberal, Libertário,Libertino, Masturbação sem Culpa. De sua própria maneira, ele deixou claro o óbvio: que só podemos dar a "nossa" própria opinião, algo a que já me referi aqui de uma maneira bem diferente. Porém, volto a dizer, adoro o "diferente", ele é bom e estimulante. Eis o trecho de que falo acima:
Sempre que faço qualquer tipo de afirmação enfática, me aparece algum idiota pra dizer, em tom de revolta:

"Bem, essa é a SUA opinião, não é?!"

Invariavelmente, eu respondo:

"Não, não, essa é a opinião daquele careca que vai passando ali do outro lado da rua. Agora, eu vou dar a sua opinião. A minha mesmo eu estou deixando para o final, para causar mais impacto..."

Pois bem, amigo leitor idiota indignado: estou aqui, no meu blog, que você não foi obrigado a ler, falando da minha vida, do meu pau, do meu relacionamento. Não estou cagando regra pra você. Eu sei que você é outra pessoa, que seu contexto é outro, que você dá vinte em uma noite sem sair de dentro. Sim, sim. Parabéns. Mas estou só falando de mim. Você faça como achar melhor e que Baco lhe abençoe.

Estou me referindo a que, quando preciso exemplos de situações, as que tenho para me orientar são geralmente as que eu mesma vivi, pois elas causaram os efeitos e as impressões daquilo que estou pensando e escrevendo.
Principalmente agora, que me dei essa chance de compartilhar minhas idéias e pensamentos. Posso agora fazer algo que, de certa forma, sempre fiz. Lia textos e trocava idéias mentalmente com seu autor. Agora, leio, penso, comparo com minha experiência pessoal ou minhas idéias (como sempre fiz), mas então, escrevo e publico.
É quase a troca de idéias que imaginava!
Divino!
A mais esse "toque", e à outros que já citei anteriormente:

MUITO OBRIGADA!!!!

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Ganhei uma agenda de amigo secreto.
É a agenda perfeita! Pequena, discreta, leve, sem montes de páginas em excesso para aumentar seu peso e minha vontade de não carregá-la.
Dessa vez eu consigo usar uma agenda!
Essa não vai ser mais uma a ter seu fim na minha “coleção de agendas” informal. Na verdade, me são muitos úteis, mas não para marcar compromissos, ajudar a organizar minha natureza entrópica (essa eu roubei da físico-química, algo como que tudo tende à desordem).
Utilizo as diversas agendas que já ganhei para anotar trechos de coisas que ouço ou leio na rua ou trabalho ou em casa, idéias que me surgem para desenvolver em meu trabalho, referências para essas idéias. Junto a tudo isso, receitas de bolos ou doces que nunca faço (felizmente, pois se gostasse de cozinhar as coisas que gosto de comer, isso seria um convite ao crime), poesias, que tenho me atrevido a escrever, e os textos, que sempre me atrevi a escrever.
Minhas agendas não organizam a minha vida, antes, marcam a minha desordem. Atuam sim, muito mais como volumes incoerentes de uma espécie de biografia.
Nelas saio à garimpar aquilo que muitas vezes transcrevo para cá. Pois uma agenda tem muito mais chances de me acompanhar pacientemente na espera de um consultório médico, quando surge aquela idéia que chega a dar comichões nos dedos, do que um computador. E certamente, minha agilidade ainda é muito maior em deslizar uma caneta sobre o papel do que em teclar em um celular, por exemplo, para poder acompanhar o ritmo febril do pensamento.
Preciso agora pedir licença, pois lembrei que já há algum tempo, escrevi em uma de minhas agendas, algo sobre a Marta Medeiros, escritora que eu adoro ler, e não sei onde está, nem do que se trata.
Talvez nem lembrasse mais desse texto que escrevi, se não fosse um amigo ter se referido à ela em uma conversa à poucas horas. Agora, quero saber o que era mesmo, e talvez verificar que o assunto já está velho.
Acho que preciso de uma agenda para organizar minhas agendas...
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Bom dia!
Estou aqui, mais uma vez, disposta a entrar em luta com o computador!
Desde que assumi esse novo jogo/brinquedo/desafio/trabalheira danada, é mais ou menos assim que tenho me sentido.
É como estar na faculdade de novo!
Com a vantagem que posso escolher os horários, e temer menos os professores.
Comentando os dois itens de uma vez só: Por exemplo, a Nospheratt não viu problemas em me tutoriar as 3:00 da manhã. Ainda que eu seja uma anêmona em computação e ela, pareça ter um temperamento bastante forte.
Quanto ao temperamento forte, se ela algum dia ler isso, faço questão de acrescentar que é, do meu ponto de vista, um elogio, pois, geralmente, é um ingrediente que faz parte das pessoas de sucesso (diversos tipos de sucesso, não só profissional).
Quero aproveitar essa brechinha de assunto para defender algo que sempre insisti com meus alunos, quando ainda dava aulas (de química, para quem não sabe),tanto no ensino médio, quanto em faculdade.
Algo que ocorre com muita freqüência, são os estudantes se acovardarem diante apenas da menção das disciplinas de ciências e matemática. Química, física, matemática, têm como tradição serem intrinsecamente difíceis.
Sempre defendi que a dificuldade é uma coisa pessoal, e que, portanto, devemos tentar estar abertos não à ela, mas às nossas habilidades. Pois quando encaramos algo já com medo, é uma maneira de iniciar com uma dificuldade imposta pelo preconceito, pela mera tradição e fama de “más”, das disciplinas, no assunto que trato.
Estudei química, fiz mestrado e doutorado nessa área. Amo a ciência. Acho fascinante aprender minuciosamente como a natureza, em sua forma mais básica (e também mais complexa) funciona, e poder manipular isso.
Muitas pessoas acham isso “coisa de loucos”, devido à dificuldade. E não direi que foi fácil. Mas também não acredito que poderia me imaginar achando diversas outras áreas fáceis para mim e enfrentando-as. Muitas me causam arrepios. Exatamente, por ser a dificuldade uma coisa pessoal.
Admito que matemática e ciências são, geralmente, as áreas onde as pessoas encontram maiores problemas, e eu nem sei exatamente o porquê, pois saber isso não é da minha competência nem me é muito fácil. Mas tenho uma amiga, também pós-graduada em química, que contava ter pesadelos com as aulas de artes da irmã, pois seu pior dilema era desenhar os modelos de moléculas, quanto mais aplicar toda aquela subjetividade à que a irmã se referia entusiasmada com sua habilidade (e facilidade, por mais que lhe causasse trabalho).
Quanto à mim, estou aqui, dando minha cara à tapa.
Escrevendo, talvez mal, não sei ao certo. Mas sei que gosto, e não vou me privar disso pelo medo.
Computando? Aqui piorou! Sequer sei nomear o que faço quando estou operando o computador e me atrevendo a escrever um blog. Minha ambição original (somente um livrinho, de papel mesmo) teve de seguir o mesmo compasso do mundo entorno (por mais que eu, pessoalmente, não o consiga fazer), e de alguma maneira tenho de me meter nesse mundo de WEB, blogs, HTML, XML, e outros desses códigos ainda secretos.
Por enquanto...
Ainda tenho uns bons 40 anos de vida pela frente, e muuuiita paciência e vontade de aprender.


P.S. para a figura: Tenho me perguntado se outras pessoas enxergam o mesmo que eu nas figuras que coloco aqui. Nessa, em particular, quero acrescentar, que não só as meninas estão sendo apoiadas ao que chamo "enfrentamento", do que quer que seja.
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Isso aconteceu há alguns anos, quando todos éramos estudantes de graduação, de famílias pobres, ou com um pouco mais de recursos, mas tínhamos nossos próprios ganhos, fosse com empregos formais, ou com “bicos” freqüentes e importantes dentro dos nossos recursos restritos.
Saímos em um grupo de 3 ou 4 casais em suas motocicletas, nos achando o máximo saindo para beber em uma quinta-feira, em um período de provas, com poucas notas de baixo valor na carteira.
Na verdade, todos cdf’s (continuo a ser, um sintoma, é que até mesmo dessa gíria ainda não consegui a atualização) uns mais, outros menos estudiosos, mas que não tinham nada de farristas bebedores, que era o personagem assumido pelo grupo naquele dia. Um par já era até mesmo casado!
Na verdade, sentamos em um barzinho, dividindo uma imensa porção de batatas fritas (e mais nada) e bebendo algumas cervejas, pois o dinheiro não daria pra muito mais que isso, de qualquer jeito.
A disputa pela palavra era acirrada, entre piadas de difícil interpretação e algumas histórias de viagem ou infância. Mas, o assunto principal era a faculdade, e a troca de opiniões principalmente quanto à assuntos da área científica, pois éramos a maioria. Um aspirante a físico, um a químico, outro a....biólogo ou algo assim, engenheiro e talvez algum advogado. Não sei ao certo.
Risadas e falas altas e entusiasmadas, pois uma coisa tínhamos em comum, um ou outro podia até não admitir, mais amávamos sermos estudantes. E até mesmo estudar (claro que nem sempre).
Enquanto um falava sobre os campos elétricos e o outro levava o assunto até os super-computadores, alguém comentava do acidente de carro com alguns estudantes conhecidos de conhecidos na semana anterior, um outro par ou trio formava um subgrupo e falava de ciclos naturais e metabolismos vegetais, um outro, tinha capacidade para juntar tudo isso e lembrar de uma piada que reunisse os assuntos, e claro, uma piada conseguia reunir novamente o grupo em um só.
As horas foram passando, poucas cervejas foram tomadas. As bocas estavam ocupadas, conversando sobre tudo, e mais um pouco que pudesse haver. O dinheiro chegando ao fim nas carteiras servia para marcar o ritmo de uma conversa mais prazerosa, com ingestão de líquido apenas o suficiente para manter nossa vaga no bar e o papo animado e hidratado.
Meia-noite, começou a tocar uma banda e o bar agora estava muito mais cheio do que há 3 horas, quando chegamos (ou será que foram 4?).
Nossa conversa já não dava conta de superar os outros sons. E quando alguém contava uma piada, os outros tinham de ficar perguntando: - Que cê disse agora? Macaco?
E explicar piada, perde toda graça.
O cara casado, sentado do lado da esposa, também estudante, e de seu outro lado, o amigo físico, era o mais animado contador de piadas, e sugeriu enfático: - Assim não dá pessoal! Vamos pra outro lugar, aqui a gente não se escuta mais!
Todos concordaram, pois estava realmente muito divertido, aquela quebra de rotina para aquela gente jovem e certinha, já cheia de obrigações e sem muito colo e quase nenhum apoio financeiro de pai e mãe.
Foi pedida a conta, que veio como uma comprida fita de papel estreito, enumerando nossas 2 ou 3 porções de batatas fritas e cervejas, pedidas uma-a-uma.
O cara casado, certamente, recebeu a conta, pois era o de jeitão mais animado e aparentava ser o líder do grupo. Conferiu a conta linha a linha, e quando chegou ao último item listado, quase teve um acesso, indignado.
Apontava para a conta e dizia: - O que é isso? Eu não comi isso daqui!
Olhava para a esposa e o amigo, um de cada lado e sacudia o papel, tentando chamar a atenção do garçom e dizendo: - Nos cobraram alguma coisa que outra mesa pediu, a conta ta o dobro mais cara. Ninguém aqui pediu outra coisa além das batatas fritas e cerveja, não é?
A esposa, em vão, pedia e tentava ler a conta, mas ele, agitado só tentava sinalizar ao garçom repetindo: -Eu não comi isso, ninguém daqui comeu isso. Não vou pagar por uma coisa que eu não comi!
O garçom chegou e ele falou ao garçom: - Eu não comi isso daqui. Nem sei o que é. Tem um nome estrangeiro. Pra que eu ia pedir uma coisa com esse nome “couverte”... não sei o que. Ninguém aqui sabe o que é isso, e ninguém comeu isso!
Ele tinha finalmente parado de sacudir a tal nota, e a esposa, conseguido ler e confirmar suas suspeitas sobre o que constava na nota tentava fazê-lo ouvi-la: -Por favor amor, eu sei o que é. Me ouve, não é de comer. A gente tem de pagar.
E ele, não querendo interromper seu protesto, dizia: - Espera, tô reclamando da conta. A gente não comeu isso que tá escrito aí. Não tem que pagar nada!
O amigo, do outro lado, também já apoiava que ele ouvisse a esposa, e lhe dizia: - Calma aí, cara, ouve o que ela tá dizendo.
Mas ele não queria perder aquela batalha, e nem o pouco dinheiro dos amigos e insistia com o garçom, constrangido, que também tentava explicar, mas não conseguia: - Eu não comi isso daqui! Não vou pagar!
A esposa, vencida, desistiu de ser discreta e tentar poupar o orgulho de seu par, e resolveu a questão dando um belo puxão no braço do teimoso e dizendo bem alto, para que ele ouvisse a voz dela além da própria: - Você não poderia comer isso mesmo! É o Couvert Artístico!
E ele ainda com cara de dúvida: - É a música! - Ela completou.
Pagamos, saímos, e fomos para nossas casas, pois agora não tínhamos mais nem para um ônibus. Antes disso, ouvi ele resmungando baixinho pra ela:
- Como eu ia saber? Não fico fazendo aulinhas de Francês, que não sei pra que serve na sua área. Aquela música só prestou pra acabar com a nossa conversa. E eu ainda tive de pagar por ela!
E só pra completar, em voz alta, para provar a todos que não tinha perdido o bom humor:
- Mas eu não comi mesmo o tal Couvert Artístico!
Todos gargalhamos aliviados, pois era o que queríamos desesperadamente fazer, mas não sabíamos muito bem se ele estava realmente zangado ou só sendo teimoso.
Voltamos para casa com os bolsos muito lisos, mas levando uma história verídica nova para contar nas próximas raras reuniões de pouca grana, pouca bebida, pouca farra mas muita diversão.
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Vivemos em sociedade, entre conceitos, hábitos, costumes e idéias muito diferentes de um indivíduo para outro. Não existe a possibilidade de haver concordância total, em qualquer assunto, por menor importância que tenha, mesmo em grupos pequenos. Deve-se esperar uma ainda maior divergência de opiniões em um grupo grande, pois também o número de mentes aumenta, e com elas, os pontos de vista, a criatividade, imaginação, variações educacionais e culturais.
Para tentar resolver isso da melhor maneira possível, o homem criou diversos sistemas, desde a democracia, até a completa ditadura (o que resolve a questão de uma vez, já que ninguém pode se manifestar mesmo).
Não tenho a pretensão de tratar conceitos de política, somente da vida comum. Mas, na real, o que resulta disso tudo é a constante divergência entre os participantes de qualquer grupo social. Sobre qualquer assunto. Muitas vezes levando a crer que essa ou aquela pessoa está mal-intencionada, quando isso não é a realidade.
Isso não é errado ou fora do normal, apenas defendemos com vigor nosso território de idéias, pois acreditamos estar certos. Afinal, podemos habitar somente uma consciência, a nossa própria. E, por mais inseguros que sejamos, dificilmente deixaremos de confiar nas impressões que nosso próprio cérebro utilizou para chegar às conclusões que obtivemos.
Pessoas são simultaneamente boas e más. Apenas algumas decidem que preferem ser mais más que boas e outras se esforçam para fazer seu lado bom prevalecer.
Mas, o que pode acontecer para evidenciar esse ou aquele lado desse equilíbrio, são as solicitações do meio às quais nos expomos.
Dinheiro, por exemplo, acredito que seja uma espécie de marcador, ou ainda, um verificador de capacidade e resistência, assim como o poder.
Talvez a expressão “o dinheiro não traz felicidade” tenha sido criada por alguém que se viu na situação rara de, repentinamente, passar a ter muito dinheiro. Como ganhadores de grandes prêmios, os quais passam a ter muitos novos amigos ou descobrem o quão exigentes e desagradáveis podem se tornar as pessoas mais próximas.
Já o poder, é capaz de transformar a pessoa mais bem intencionada e corrompê-la ao lhe mostrar as diversas possibilidades nas mãos de quem o tem. Desde os ganhos financeiros, até a chance de externar uma personalidade ditadora, mantida sob controle, até então.
O bom e o mau, nas situações rotineiras, quase sempre são apenas uma maneira pessoal de interpretar, dependendo das concepções de cada um e de benefícios individuais que possam ser obtidos.
Sem dúvida existem fatos que não deixam a menor dúvida, e se apresentam classificados de maneira unânime como bom ou mau, mas esses não são os mais corriqueiros aos quais também atribuímos essas mesmas qualificações. Podemos reconhecer com clareza a diferença.
Ainda assim, é bastante difícil resolver questões como: o que é melhor para a comunidade X, utilizar a verba Y para construir o sistema de esgotos ou para a ponte de acesso ao outro lado do córrego? (Sendo o esgoto e o córrego assuntos não relacionados, pois senão haveria uma terceira opção)
Uma parte dos moradores acharia melhor o esgoto, principalmente seu “fulano”, pois quando chove muito, entra sujeira em sua casa.
Outra acharia melhor a ponte, principalmente “beltrano”, pois diminuiria em muitos quilômetros seu acesso diário ao serviço.
Assim, isso pode virar uma disputa acirrada entre vizinhos que se davam bem. Cada qual incapaz de compreender como o outro pode ser tão egoísta e mau.
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Queima de Calorias:


Estava me exercitando no simulador de caminhada e assistindo o Discovery Channel, um programa com um nome como: O mundo do Futuro, algo assim.
No programa passaram a falar da obtenção de energia e citaram a pesquisa de uma jovem cientista que está criando plataformas para serem colocadas em calçadas, capazes de absorver a energia desprendida pelas passadas realizadas pela caminhada das pessoas. Diariamente milhares de pessoas liberam uma enorme quantidade de energia, apenas se movimentando, e essa energia poderia ser armazenada, uma maneira de fazê-lo foi desenvolvida por essa pesquisadora criativa, outra por sua colega Israelense, para o uso em Estradas Geradoras de Energia.
Sempre procurei me exercitar, e também sempre estive com a atenção voltada para os assuntos da ciência. A energia e sua geração e armazenagem é sempre um assunto interessante para mim, principalmente levando em conta a necessidade de geração de energias de fontes alternativas devido às necessidades ecológicas.
Quando me exercitava, freqüentemente lembrava que um dos meus principais objetivos era a chamada “queima de calorias”. Nunca gostei dessa maneira de se referir ao assunto, pois torna evidente algo que me incomoda: EU ESTOU QUEIMANDO ALGO QUE PODERIA ESTAR ARMAZENANDO!!
Na verdade, acho isso uma coisa quase absurda, pois desperdiçamos energia voluntariamente (e até desesperadamente) por uma motivação, também de saúde, mas quase sempre estética, e, por outro lado, procuramos gerar energia de forma limpa, pois necessitamos dela para manter o mundo que conhecemos.
Meu simulador de caminhada tem um pequeno monitor de velocidade, distância percorrida, tempo e outras coisas, que funciona com pilhas comuns.
A energia que disperso com minha caminhada, não poderia ser utilizada para fazer funcionar o próprio monitor do simulador de caminhada, por exemplo?
Já me disseram que existem aparelhos para ginástica que tem essa opção, mas, pesquisei muito preço e características do meu antes de comprá-lo em um site pela internet, e nenhum deles citava ter essa característica, pois conseguiria com isso minha simpatia imediata na avaliação inicial do produto.
A jovem pesquisadora na TV, e sua colega Israelense, que infelizmente não saberei nomear, estão provando que minhas divagações enquanto me exercito não são necessariamente absurdas. Talvez excessivamente imaginativas.
Porém, já foi mostrado pela História, que a criatividade e a imaginação são essenciais para a criação. Associadas à coragem para enfrentar o cruel julgamento da opinião externa sobre o que é ou não aceitável (até como pensamento e idéia), deram condições para a existência do nosso atual mundo tecnológico.
É muito provável que já exista esse sistema de aproveitamento da energia gerada pelos aparelhos de ginástica, eu é que não sei.
Encontrei uma divulgação científica da FAPESP muito interessante, que cita um aparelho capaz de armazenar a energia gerada em uma caminhada, e já deve ter sido aperfeiçoado, que me faz acreditar na possibilidade de que já existam também aparelhos de ginástica com aproveitamento da energia desperdiçada (já que essa é a minha cisma): Caminhada Energética
Se alguém souber, por favor, me conte. Vou adorar saber.
Mas se não existe....
Tem alguém aí querendo desenvolver essa idéia?
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Ainda ontem, escrevi sobre a minha indignação com essa disseminação maníaca de mensagens de paz, amor e esperança, escoradas em opressivas e ameaçadoras finalizações de mensagem do tipo recriminatório e julgador. Claramente tendo como objetivo afetar os sentimentos de culpa, auto-punição e medo das pessoas.
Fatores que costumam ser amplamente utilizados por pessoas ou instituições com prática e habilidades desenvolvidas no sentido de manipulação de outras pessoas em busca de benefícios próprios. Pode-se verificar isso facilmente nos históricos das culturas religiosas, por exemplo.
Há alguns dias atrás, escrevi sobre a disputa ideológica ciência x religião.
Procurei deixar claro que minha opinião é de que essa é simplesmente uma questão que não necessitaria existir.
Penso desta maneira: se o mundo existe, e é criação de Deus, que conceituamos como um ser perfeito que sabe melhor do que qualquer um o que faz; tudo o que conseguirmos obter através de nossa própria habilidade, nos é de direito fazer e julgar segundo nossas próprias leis.
Pois, acredito que, se está ao nosso alcance qualquer feito que seja, ele nos foi permitido por Deus, e deixado sob a jurisdição de nossas próprias leis. Do contrário, simplesmente, não o poderíamos fazer.
Acontece que tanto no caso de quem acredita que é necessário o envio de ameaças junto à lindas mensagens de amor e paz, como os que acreditam que devem invocar a vontade de Deus para criar essa ou aquela norma de conduta moral, social ou científica, estamos exercendo nossa tendência em crer que temos um Deus "à nossa imagem e semelhança", e não o contrário, como, tentando nos disfarçar de humildes, costumamos citar.
João Carlos, em Que raio de Deus é esse?, me trouxe o assunto mais uma vez à mente, quando cita estudos que tratam do modo vaidoso como as pessoas pensam, achando que Deus tem idéias iguais às delas.
"Em resumo, o estudo revela que as pessoas tendem a acreditar que Deus pensa como elas. Ou, posto de uma forma menos eufemística, que as pessoas acreditam que Deus tem que perguntar para elas como gerir o universo. Não é de estranhar, portanto, que o tema "Deus" cause tantas discussões e desavenças..."

Mas, honestamente, quem será que, no fundo, não pensa que sua opinião não é a melhor e por isso Deus o apoiaria?
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Desmoralizando DEUS:

Acabo de ler uma mensagem linda, que conseguiu reunir um pouco de humor e uma boa dose de criatividade, para mostrar fé em Deus e esperança.
Já “macaca velha” com essas coisas, só li porque a velha curiosidade feminina não me deu opção de escape frente a um título que chamava minha atenção. Quase havia deletado imediatamente.
Mas não, fui lendo com cuidado, rolando o texto mesmo, linha a linha, já que a mensagem era humilde, em forma simples, sem Power Point e demais efeitos especiais, os quais costumam aumentar ainda mais a minha desconfiança com o que virá lá no final. Essa simplicidade deu a ela ainda mais credibilidade inicial.
A mensagem era simples e bonita mesmo, e pensei:
- Bem que dessa vez podia não me decepcionar com a mesma “coisa” das outras.
Mas a mensagem, em si, já havia terminado, e percebia-se que havia mais texto a rolar. Desanimei por antecipação e, quase com medo, expus um pouquinho a primeira linha a seguir. Em uma fração de segundos, já decididamente decepcionada, havia fechado a mensagem sem terminar a leitura.
Apenas aquele vislumbre do resto do texto me havia informado que era mais uma daquelas terríveis mensagens de amor, esperança, cheias de inspiração ou que carregam histórias magníficas, mas, que perdem todo o encanto e ainda desmoralizam Deus, quando ao final, acrescentam uma enorme cobrança sobre não nos lembrarmos de Deus, darmos mais importância a passar adiante piadas e textos inúteis, muitas vezes imorais. Esse tipo de conversa.
Quando ainda, e quase sempre tem, não trazem junto aquelas absurdas ameaças de “se não enviar a 200 pessoas em meia hora...” Isso, vocês me desculpem, mas acho tão absurdo, que não vou me dar ao trabalho, cansando com isso minha beleza, de comentar.
Ou seja, estragam uma coisa que fala por si própria, a mensagem, fazendo acréscimos desnecessários através de cobranças de comportamentos modelo e recriminações.
Tiram a beleza sutil que tem uma mensagem dessas de trazer à tona o que temos de bom em nós, através de nós mesmos, pela nossa própria reflexão, ou, de não trazer nada se nada temos.
Quanto às outras pessoas não sei, mas a mim, me dá uma impressão de uma comida maravilhosa, onde alguém resolveu colocar um pouquinho mais de sal, pois julgou estar um tanto sem graça, e sem conseguir se conter nas medidas, jogou para dentro da panela mais umas duas ou três colheres de sal. Quem costuma cozinhar, vai entender bem o resultado do que estou dizendo.
Voltando ao assunto principal, e saindo das minhas loucas comparações. Isso tanto é desnecessário para uma mensagem bem escrita, ou que contenha uma boa história, quanto é uma coisa desmoralizante para Deus, que acredito que seja tão superior a tudo isso, que não precise nem de advogados ferrenhos que venham cobrar de todos que não O deixem de lado, e nem de fiéis de pouca fé, colhidos por esses auto-nomeados “advogados”, que vão se sentir obrigados a pensar em Deus, porque lhes foi cobrado.
Mas sei que também existirão as pessoas que vão se sentir emocionadas com a mensagem, sem que fosse preciso pressioná-los ao final. Esses iam querer enviar para todos os que lembrassem. Pessoas que tem fé em algo bom e amoroso e que gostariam de compartilhar isso com outras pessoas. Esses passariam a mensagem se seu coração pedisse, e não suas consciências.
Pra terminar esse assunto, eu quero mesmo é chegar a uma questão que me incomoda há tempo:
- COMO EU FAÇO PARA ARRANCAR FORA AQUELA PARTE RIDÍCULA DAS AMEAÇAS E LICÕES MORAIS QUANDO ENCONTRO UMA MENSAGEM OU HISTÓRIA QUE GOSTARIA DE PASSAR ADIANTE?
Se as pessoas que mandam essas mensagens tivessem idéia de como perdem clientela comigo quando incluem o final moralista/ameaçador...
Eu simplesmente tenho vergonha de mandar para meus amigos uma mensagem que inclua um final dessa natureza. Muitas vezes fico até chateada, pois sou uma espécie de “manteiga derretida” com essas coisas, me emociono fácil, e quero compartilhar minha emoção com os outros (só não sou como uma amiga minha, que chora em propaganda de margarina, mas daí é demais).
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Já contei que tenho paixão pela leitura, e que costumo ler muito e com voracidade.
Mas, na realidade, minha fase de leitura e escrita por prazer ou com alguma pretensão realmente literária, se foi há algum tempo. Teve de ser suprimida pela necessidade mais dominante da leitura técnica, objetiva porém minuciosa.
Atualmente, venho aprendendo a ser uma leitora da WEB. E comecei esta nova atividade pelo caminho da indispensável (para quem trabalha com atividade de pesquisa)revisão de literatura científica.
A leitura por prazer, não que a científica também não seja interessante e até consiga ser "saborosa" dependendo da habilidade do autor, e da liberdade de que ele dispõe na execução do texto, permaneci mesmo fazendo tradicionalmente.
Costumo frequentar bibliotecas, comprar alguns livros e participar do gostoso sistema de empréstimo entre amigos que confiam muito uns nos outros. Pois, bem se sabe que livro emprestado dificilmente volta para casa.
Só recentemente comecei a ler contos, crônicas, críticas, opiniões, relatos, publicados na internet. Tenho encontrado um mundo maravilhosamente rico e amplo, com oferta de assuntos para todos os tipos de interesses.
Parece o paraíso!
Nas minhas andanças sem rumo e sem ordem pelas leituras desse mundo mágico, topei com este título O tênue limite entre a simpatia e a loucura
Foi identificação a primeira vista!
Fiquei aqui sentada, rindo sozinha. Pensava nas duas fases bem distintas da minha vida até então.
Primeiro, aquela em que sentia estar no lugar errado, que tinha vindo parar nesse planeta por engano. Quando era extremamente tímida e tudo parecia muito estranho nesse mundo.
Segundo, minha mudança radical, não que tenha conseguido me livrar da timidez, que me causou muitos problemas por seu efeito "engessante", mas decidi que não podia permanecer assim, e mudei o máximo que consegui.
Passei então a suspeitar que havia me tornado assim como a autora descreveu a si mesma, porem não sabia como explicá-lo.
Agora, consegui uma descrição daquilo que sinto ser, ás vezes. Ou, muitas vezes.
Isso também ajuda a explicar porque acabei aqui, escrevendo um blog. Se alguém se der ao trabalho de procurar, vai verificar, em posts anteriores, que estou à procura de comunicação com meus semelhantes (não necessariamente só eles), outros que estejam beirando essa linha limite, citada pela autora, entre a loucura e a simpatia.
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Adoro as manhãs!
Sei que muita gente não entende, por quê, podendo dormir até um pouco mais tarde, fico triste ao acordar depois das 8:30 em um sábado ou domingo, já que, geralmente, não trabalho nesses dias.
Acordei hoje as 7:45. E, nessa época de verão, não é incomum acordar antes das 7:00. Naturalmente, sem relógios. Que se não fosse assim, já não seria mais prazer, mas disciplina e obrigação.
Acontece que acho as manhãs renovadoras. Elas são límpidas e claras. Mesmo quando amanhece chovendo, pode-se sentir que o ar foi renovado. Respira-se melhor.
Sei que a maioria das pessoas não sentem assim, pois apresentam ciclos do tipo vespertino (li, ou assisti algo sobre isso em algum lugar). São pessoas capazes de ir noite adentro estudando ou trabalhando, com bom rendimento, mas, quase sempre, demoram para "acordar" realmente pela manhã, mesmo que não tenham virado noites. É apenas seu organismo que funciona melhor assim. Essas pessoas, geralmente, valorizam a possibilidade de poder dormir até bem tarde nos dias em que podem. E não há nada de errado com isso, apenas é sua maneira melhor de funcionamento.
Apenas lamento um pouco não poder compartilhar com ninguém essa impressão gostosa de contentamento que as manhãs me trazem. Pois, fazendo parte de um grupo menor, sou do tipo matutino, e aprecio acordar cedo (sem exageros ou agressões à minha natureza). Também, me é bastante difícil executar trabalhos e estudos até tarde da noite, preferível descansar um pouco e acordar mais cedo.
Hoje, estou realmente escrevendo em forma de diário. É que acordei assim, com essa sensação gostosa, do frescor da manhã. E achei que ela merecia essa homenagem. Especialmente porque, quase sempre é ela, a manhã, que me traz todas as idéias que tenho sobre tudo o que preciso. Desde possíveis alternativas para temas que preciso ajudar a desenvolver no trabalho, até os assuntos que gostaria de tratar com pessoas que sequer sei quem são, mas com quem gostaria de trocar idéias, aqui, com VOCÊ.
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Quer me dar um presente de Natal?




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http://livroseafins.com/wp-content/uploads/2008/12/lili-lite-reding-light1.jpg


Nessa época de fim-de-ano podemos perceber claramente que o tempo não é algo invariável. Que sua velocidade é diretamente proporcional à quantidade de coisas que ainda temos para fazer até o fim do ano. Velocidade essa que é um somatório de tudo o que ficou pendente durante o ano (e provavelmente permanecerá, mas insistiremos em pensar que podemos tudo) e, das festividades que antecedem a chegada de mais um ano no qual ancoramos, mais uma vez, nossas ilusórias esperanças de resolver todos os nossos propósitos e metas inalcansáveis, de maneira metódica e rítmica, com velocidade uniforme mas constante. De modo que, já em novembro, teríamos apenas de nos preocupar em colher os frutos para apenas festejar calmamente, e lentemente, o dezembro.
Mas, a realidade é sempre o malabarismo do término das tarefas inacabáveis que tomaram todo o ano, e milagrosamente, ou porque "o que não tem remédio remediado está", aparentam estar finalizadas!
Ano que vem se percebem (e corrigem) as falhas.
O malabarismo de encontrar datas para encaixar as festas da família, do trabalho, do grupo de amigos, do grupo "daquele curso", dos melhores amigos que agora moram um no Tibet, outro na França e outro no interior de... Como é que era mesmo o nome?
O malabarismo de encontrar presentes criativos, interessantes, não-repetidos, que caibam no orçamento (já que são muitos!) e que cada pessoa vá gostar.
Para facilitar para os meus amigos, coloquei acima, algumas fotografias de presentes que eu adoraria ganhar, as quais localizei no blog do Alessandro, Livros e Afins, que talvez não saiba mas tem me ajudado muito com seus blogs. Agradeço sinceramente. Para quem me conhece, tudo a ver com minhas preferências, pois tenho livros por todos os cantos em minha casa. Além disso, para simplificar ainda mais, e obviamente diminuir os custos, pensando nos recursos de cada um, também há como excelente opção os próprios livros, e mesmo marcadores de páginas.
Quando se trata de presentear, o mais importante é quanto a pessoa está dando dela mesma com o presente.
Alguns dos presentes mais valiosos que já recebi são marcadores de páginas, que meus filhos desenharam para mim com todo o carinho que as crianças são capazes de expressar com suas doações artísticas a quem amam.
Precisamos nos esforçar, correr, fazer, comprar, e lembrar de tudo. Mas não deixar esquecido no meio de tudo isso a parte mais importante:
É Natal!!!
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Raiva!

Acredito que todas as emoções que sentimos devem ter sua finalidade na construção do nosso ser, nós é que temos que encontrar maneiras de utilizá-las melhor.

Sem dúvida não é fácil.

Quanto a vocês não sei, mas uma coisa vista como negativa e que eu descobri poder usar em meu benefício é a raiva.

Descobri isso em um momento particularmente importante da minha vida, poucos dias antes da minha defesa de dissertação. Nessa época, problemas emocionais comuns à vida de todas as pessoas, me levaram a cultivar uma profunda raiva.

Imaginei que isso iria causar o estrago final naquele momento que há mais de dois anos eu vinha temendo ter de enfrentar.Tímida, temerosa do mundo que costumava ser, me parecia que seria um dos piores momentos de exposição pública a que eu estaria sujeita na vida.

Porém, envolvida pela raiva que vinha sentindo nos últimos dias, resultante de motivos que não tinham relação nenhuma com meu mestrado ou a defesa da dissertação, no momento da exposição do trabalho, pela primeira vez me questionei daquela maneira à que já me referi aqui em EU sou também outra e VOCÊ? - Que vá a M....

Isso me encheu de força, a certeza de que nada poderia realmente me atingir mortalmente. Então, respirei fundo, pensei de novo: - Que vá a m*rda! E fiz minha apresentação como se fosse outra pessoa, e não aquela apavorada a quem eu estava habituada.

MA-RA-VI-LHO-SO!!!!

Como eu previa, foi um momento emocional extremamente importante na minha vida. Aquilo que eu esperava que expressaria o auge do que até então vinha sentindo do habitual pavor das pessoas, da exposição e do julgamento público, transformou-se no marco inicial dessa lenta transformação que estou feliz em sentir ocorrer em mim.

Já passou um tempo bem considerável, e uma mulher nunca gosta muito de citar períodos de tempo, mas continuo a olhar para muitas coisas que me intimidam e me questionar daquela mesma maneira.

Minha mãe jamais aprovaria, nem mentalmente, como faço, mas continuo a responder ao questionamento com a mesma frase que pareceu me libertar na primeira vez que me dei permissão para usá-la:

- QUE VÁ A M*RDA!!!!!!
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Minha gata olhou a mariposa voando e queria degustar aquele petisco.
Quando ela veio sobrevoar meu café da manhã, dei-lhe um tapa e ela foi parar no chão
Ficou lá caminhando, como se não tivesse outra coisa para fazer e a cerâmica fria fosse muito interessante.
A gata continuou a olhar para o alto, ainda que eu lhe apontasse o chão, na esperança que ela comesse aquele ser que me era incoveniente. Mas ela rapidamente me fazia a vontade de "dona" e voltava a olhar para o alto, à procura do petisco voador. Não percebia que a refeição caminhava poucos metros a sua frente, despreocupada, em seu nível inferior de consciência, aparentemente ignorante das intenções felinas.
Fazemos a mesma coisa, focamos aquilo que desejamos, sequer enxergamos, ao longe, sem perceber a, frequentemente, generosa realidade caminhando a poucos metros dos nossos narizes insatisfeitos com a "vida cruel"
Queremos sempre o que ainda não temos. Quando o temos, já é necessário uma outra coisa.
Aspiramos pela felicidade. Mas, acreditamos precisar para complementá-la, de segurança, dinheiro, posses básicas e supérfluas em diversos níveis, mesmo que para isso tenhamos de ser um pouquinho menos felizes, realizando tarefas de que não gostamos, convivendo com pessoas e situações que não nos agradam. Aceitando para isso as exigências do stress e os excessos cometidos contra a saúde.
Ontem, escrevi sobre as solicitações que a vida nos faz para que reflitamos sobre certos assuntos. Comentei que podia estar forçando a situação a ser vista, procurando insistentemente as evidências, e assim as encontrando, pois as queria ver.
Eis a situação a que me referia!
Se a caça insensata da gata tivesse sido em horário posterior ao outro episódio do dia que me fez reuní-los sob a expressão "que coincidência!", poderia atribuir tudo à influência do segundo evento do dia.
Mas, a caça foi logo de manhã cedo, e, à noite, li sobre essas mesmas impressões que tive pela manhã, porém escritas de uma maneira muito mais clara e objetiva no texto Em busca da Estabilidade, do Dr. Alessandro Loiola.
Acho que dessa eu me safei de ter criado a situação, pois se tivesse lido o texto primeiro, sem dúvida enxergaria seus reflexos nas atitudes da gata, mas foi em ordem inversa...
O que devo pensar?
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Há tempos tenho observado, que existem dias que certas ocorrências parecem serem colocadas sob nossos olhos parem serem vistas e analisadas, e elas nos são oferecidas por meio daquilo que costumamos chamar coincidências.
Situações como, por exemplo, sonhar com uma em pessoa que há muito tempo nem pensávamos, por perda de contato ou pouca intimidade,e encontrá-la no mesmo dia caminhando pela rua, ou vir a saber algo interessante sobre tal pessoa.
A coincidência, que me fez escrever sobre esse assunto hoje, fica para outro dia. Me interessa hoje as questões da mística e do pensamento.
Talvez eu tenha por demais o que se chama de "crença no místico", e não vou nem confirmar nem negar essa possibilidade. Mas a verdade é que já se tornou habitual na minha vida a ocorrência de acontecimentos que se somam, solicitando uma atenção especial sobre um determinado tema. Portanto, efeito místico ou estatístico, já não me surpreende mais.
Ainda existe a possibilidade de algo em que acredito profundamente: aquilo que se procura, quase sempre se acha. Então, seria apenas uma questão de focar uma idéia e ficar procurando evidências para corroborar o fato de que a idéia está "me perseguindo".
Muito boa possibilidade!
Com toda a imaginação que acredito ter, poderia mesmo ser capaz de "criar" minhas próprias situações, me enganando, mas sem deixar de, com isso, fazer uma solicitação de esforço ao meu raciocínio, ou, ao menos, me divertir com meus próprios pensamentos e observações.
O certo é que sinto como se o mundo me cobrasse impressões sobre o que ele tem a mostrar, e eu geralmente não me intimido em pensar. Desde o pensamento absurdo ou cômico (amo as coisas que fazem rir), até o que procura ser analítico e preciso.
Diz-se que isso faz muito bem ao cérebro, exercitando-o através do aumento das conexões cerebrais.
Pensar, pensar, pensar!!!!
Acreditem, pode ser divertido e até viciar. E independentemente do que se diga, está ao alcance de todos.
Todos mesmo!
Se alguns tentam fazer crer que seja diferente, que apenas certas pessoas são feitas para pensar, na certa, existe interesse de algum tipo, em manter essa idéia.
Pois pensar não tem regras nem leis, e não acredito poder fazer mal a ninguém, exceto à própria pessoa que pensa, dependendo da natureza daquilo que escolheu para preencher sua "massa cinzenta".
Pensemos!
Nem que seja dessa maneira desabalada e quase sem sentido. Não podemos é deixar que morra em nós a criatividade, imaginação e a "loucurinha" que nos faz únicos, passando a a ser apenas a sombra de nós mesmos.
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Quando os homens conseguem se comunicar com o feminino, e como isso é encantador, sedutor e lisonjeiro. - Acho que muitos deles nem sabem disso!



O texto, Ele não tem medo de mim - para homens, a que me referi no último post, usei para enviar a um amigo (poderia ser mais, se ele quisesse), para explicar algo que já havia tentado dizer antes e acredito não ter sido bem compreendida.
Os homens, às vezes ignoram as próprias habilidades, provavelmente, nós mulheres, também.
Se alguém estiver a fim de me contar alguma que eu tenha, fique à vontade.
Literalmente, me apropriei, da clareza, e na minha opinião, acerto, com que nosso amigo Gitti escreve sobre o universo feminino, e simplesmente enviei o post. Copiado mesmo, eu confesso!
Perdão Gitti!!!!
Fazia parte das minhas intenções, que o meu amigo não tivesse nem a opção de clicar para ir até o post. Que ele o tivesse ali, “grudado” no que eu havia acabado de escrever, para haver chance de, ao menos, passar os olhos.
Fiz isso, porque, não sei como os homens conseguem, quando por qualquer motivo julgam não estar interessados em algum assunto, ou o humor não muito bom os faz pensar que não estão, sequer a curiosidade consegue salvá-los da birra, com que encerram a questão sem a menor chance de apelação.
Tenho pensado muito em nossas diferenças (homens e mulheres), e se isso é o motivo de nossos relacionamentos não irem adiante.
Surgem então, determinadas palavras em minha cabeça, ou outras com sentidos aproximados a elas.
Enquanto nós mulheres percebo sermos com mais freqüência, associadas à inquietação e à angustia, os homens quase sempre o são à frieza e à prepotência.
Mas isso é o que se enxerga, dependendo do ponto de vista de que se olha. Pois, nos relacionamentos amorosos, e acredito que em quase toda situação de relações humanas, o que parece ser uma lei muito válida é uma lei da Física.
Me refiro mesmo àquela Física que estuda a natureza, a matéria, a energia e a inter-relação entre tudo isso.
Uma lei que diz, que os eventos observados, dependem do ponto de vista do observador, ou seja, aquela questão do referencial.
Pois então, se os envolvidos (ou apenas um deles) estão dispostos a enxergar as situações em que se envolvem de uma ótica previamente ruim, o que vão enxergar dificilmente será bom.
Então, escrevi: mulheres inquietude, angústia; homens, frieza, prepotência.
Acredito que pode-se mudar o ponto de vista, digamos masculino, e enxergar o entusiasmo e a alegria, naquela: “mulherzinha desgraçada que me azucrina a vida com sua angústia e inquietude”.
E esse é o mesmo homem capaz de interromper uma crise de insegurança, manifesta através de angustia e ansiedade, nos fazendo rir. Desviando nossa atenção e gentilmente, mas firmemente, nos mostrando que não existem motivos reais para essas nossas freqüentes crises (talvez não acreditemos completamente, mas, naquele momento,qual vai ser a importância diante de tanto empenho e encanto?).
Esse é o homem que em um ponto de vista pode ser qualificado de frio e prepotente, e talvez o seja mesmo, assim como podem existir mulheres realmente insuportáveis, mas que olhado assim como tento enxergá-lo, eu diria que ele é seguro, auto-suficiente e muito compreensivo e interessado.
Dá pra reclamar quando eles são gentilmente objetivos assim com a gente, mulheres?
Eu não reclamo! Quero mais é um cara inteligente desses pra mim.
Um cara que sabe usar aquilo que reclamamos neles para nos apoiar, mostrarem carinho e ao mesmo tempo evitarem a mágoa que sentiríamos se fossemos simplesmente ignoradas. Porque eles, compreensivelmente, não nos entendem, assim como nós também não entendemos a eles.
Acho desperdício de tempo ficar tentando entender.
Somos muito diferentes.
Mas nos gostamos, e se usarmos nossas diferenças a favor e não contra, há chances de dar certo.
Que VOCÊ pensa disso?
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O direito feminino de flutuar:


Ontem vocês devem ter ficado com uma impressão errada de mim. Ou ficariam se soubessem do que estou falando.

Explico.

Me preparei para escrever uma coisa, coloquei músicas para tocar aleatoriamente enquanto escrevia, e, devido ao que a música resolveu me dizer, troquei completamente o tema do que pretendia escrever.

Não fiz essa troca porque o texto sobre a música me pareceu mais importante, ou melhor, ou tivesse qualquer motivo para ter direito à alguma espécie de prioridade. Apenas decidi escrever sobre “aquele” assunto “naquele” momento porque ele pareceu ser “o momento certo para aquele assunto”.

E isso ilustra muito bem um trecho do texto ma-ra-vi-lho-so do meu querido (eu o sinto assim, pois não posso deixar de ter afeto por esse cara que consegue ser um homem, especialista em desvendar o feminino) amigo (se ele me permite, pois não o conheço) Gitti . Justamente o texto que me dava a inspiração que não utilizei ontem, e que está aqui, me presenteando com ainda outra.

O trecho do post Ele não tem medo de mim - para homens, dizia que as mulheres a todo momento flutuam, não funcionam no âmbito racional verdade/mentira, mas no domínio emocional do “ora sim, ora não”.

O que eu fiz ao trocar o tema para o qual estava determinada a escrever, e para o qual ainda estou, foi me deixar levar pelo meu direito feminino de “flutuar”.

O tema, ainda não escrito, agora está cada vez mais forte e importante dentro de mim. Não pensem vocês que eu fiquei deixando-o em segundo plano. Acredito mais, que ele me é de tanta importância, que eu o estou “cultivando”. Estou dando um tempo para que ele cresça e desabroche em mim, tão eu o sinto importante.

Vamos ver o tipo de fruto que sai disso!


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