ARTEMIS

Somente 4 dias estaremos fora de casa, não precisa de muitas roupas, vamos ficar na casa da mãe da Alice, só pra descansar e comer. Só vamos ocupar o porta-malas com umas mochilas de roupas e os presentes de Natal. Não teremos problemas de espaço. Pensei
Que ilusão!
Como pude pensar que cinco mulheres em qualquer tipo de viagem pudessem levar pouca bagagem?
Já ao sair de casa com minha filha comecei a perceber o problema. Minha mochila, a dela, os presentes colocados em uma caixa de papelão, as latinhas de cerveja, refrigerantes e alguns alimentos que carregávamos ocupavam uma boa parte do porta-malas. Ainda tinha toda a bagagem das nossas 3 amigas!
Na frente do prédio delas, quando fui buscá-las, percebi que precisava de uma camionete.
Minha bagagem foi retirada toda do porta-malas e colocada na calçada, depois recolocada, ocupando apenas a metade do espaço ocupado antes. Cada pessoa tem habilidade para coisas diferentes. Definitivamente, para aproveitar bem espaços restritos, eu não tenho.
Elas tinham sérios motivos para essa arrumação cuidadosa. Minha amiga Alice, desceu do apartamento com uma caixa enorme. Havia comprado um forno de microondas, e levaria para a mãe de presente de Natal.
Havia uma mochila de roupas para cada uma, claro! E Para comemorar o ótimo emprego novo, uma delas estava levando um bom champanhe e vinhos.
Ainda, uma de minhas amigas é quase uma “chef” culinária e não admitiria uma ceia de Natal “qualquer”. Levou seus próprios temperos, chester desossado em outros perecíveis em uma bolsa térmica, vinho para cozinhar, alguns de seus equipamentos, outros ingredientes necessários ao que havia planejado para os quatro dias de crime à mesa e ... queijos, muitos e variados tipos de queijos!
Dentro do meu carro!
Pensem no cheiro!
Mas também podíamos lembrar-nos do sabor maravilhoso do que ela era capaz de obter com todas aquelas coisas, muitas vezes misteriosas, e os indispensáveis queijos.
Huuuummmmm!
Quantos quilos extra!!!
Quando conseguimos enfiar 80% da bagagem no porta-malas e fechá-lo, 3 de nós entramos no carro e as outras duas foram buscar o último ítem para a viagem.
Voltaram trazendo a gata, que morava com as três no pequeno apartamento, e sua caixa de viagem.
Todas acomodadas, sentadas com os pés sobre parte da bagagem, segurando a gata, um tanto nervosa no banco de trás, mas animada (gostava, e estava acostumada, a passear de carro), saímos em viagem.
Falávamos ao mesmo tempo. Demoramos a descobrir como fazer o rádio do carro funcionar utilizando aquilo que a minha amiga chama de seu “MPcoisa” a funcionar, pois tivemos de aprender como conectá-lo.
-Tem alguma coisa para comer aí? Fiquei tanto tempo esperando por vocês que acabei com fome? – pedi. Mentira, demorei tanto quanto elas.
Minha co-piloto, a também “chef” culinária:
-Pega aí atrás Alice. Perto do seu pé esquerdo. Tem algumas sfogliatti que preparei para nós.
Comemos as sfogliatti (por que me importaria de estar próximo ao pé da Alice, com aquele cheiro de chulé, vindo dos queijos, recendendo no carro?).
Conseguimos ouvir música e ainda chegamos inteiras em nosso destino, para um animado Natal de 6 mulheres e uma gata.
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