ARTEMIS

Desmoralizando DEUS:

Acabo de ler uma mensagem linda, que conseguiu reunir um pouco de humor e uma boa dose de criatividade, para mostrar fé em Deus e esperança.
Já “macaca velha” com essas coisas, só li porque a velha curiosidade feminina não me deu opção de escape frente a um título que chamava minha atenção. Quase havia deletado imediatamente.
Mas não, fui lendo com cuidado, rolando o texto mesmo, linha a linha, já que a mensagem era humilde, em forma simples, sem Power Point e demais efeitos especiais, os quais costumam aumentar ainda mais a minha desconfiança com o que virá lá no final. Essa simplicidade deu a ela ainda mais credibilidade inicial.
A mensagem era simples e bonita mesmo, e pensei:
- Bem que dessa vez podia não me decepcionar com a mesma “coisa” das outras.
Mas a mensagem, em si, já havia terminado, e percebia-se que havia mais texto a rolar. Desanimei por antecipação e, quase com medo, expus um pouquinho a primeira linha a seguir. Em uma fração de segundos, já decididamente decepcionada, havia fechado a mensagem sem terminar a leitura.
Apenas aquele vislumbre do resto do texto me havia informado que era mais uma daquelas terríveis mensagens de amor, esperança, cheias de inspiração ou que carregam histórias magníficas, mas, que perdem todo o encanto e ainda desmoralizam Deus, quando ao final, acrescentam uma enorme cobrança sobre não nos lembrarmos de Deus, darmos mais importância a passar adiante piadas e textos inúteis, muitas vezes imorais. Esse tipo de conversa.
Quando ainda, e quase sempre tem, não trazem junto aquelas absurdas ameaças de “se não enviar a 200 pessoas em meia hora...” Isso, vocês me desculpem, mas acho tão absurdo, que não vou me dar ao trabalho, cansando com isso minha beleza, de comentar.
Ou seja, estragam uma coisa que fala por si própria, a mensagem, fazendo acréscimos desnecessários através de cobranças de comportamentos modelo e recriminações.
Tiram a beleza sutil que tem uma mensagem dessas de trazer à tona o que temos de bom em nós, através de nós mesmos, pela nossa própria reflexão, ou, de não trazer nada se nada temos.
Quanto às outras pessoas não sei, mas a mim, me dá uma impressão de uma comida maravilhosa, onde alguém resolveu colocar um pouquinho mais de sal, pois julgou estar um tanto sem graça, e sem conseguir se conter nas medidas, jogou para dentro da panela mais umas duas ou três colheres de sal. Quem costuma cozinhar, vai entender bem o resultado do que estou dizendo.
Voltando ao assunto principal, e saindo das minhas loucas comparações. Isso tanto é desnecessário para uma mensagem bem escrita, ou que contenha uma boa história, quanto é uma coisa desmoralizante para Deus, que acredito que seja tão superior a tudo isso, que não precise nem de advogados ferrenhos que venham cobrar de todos que não O deixem de lado, e nem de fiéis de pouca fé, colhidos por esses auto-nomeados “advogados”, que vão se sentir obrigados a pensar em Deus, porque lhes foi cobrado.
Mas sei que também existirão as pessoas que vão se sentir emocionadas com a mensagem, sem que fosse preciso pressioná-los ao final. Esses iam querer enviar para todos os que lembrassem. Pessoas que tem fé em algo bom e amoroso e que gostariam de compartilhar isso com outras pessoas. Esses passariam a mensagem se seu coração pedisse, e não suas consciências.
Pra terminar esse assunto, eu quero mesmo é chegar a uma questão que me incomoda há tempo:
- COMO EU FAÇO PARA ARRANCAR FORA AQUELA PARTE RIDÍCULA DAS AMEAÇAS E LICÕES MORAIS QUANDO ENCONTRO UMA MENSAGEM OU HISTÓRIA QUE GOSTARIA DE PASSAR ADIANTE?
Se as pessoas que mandam essas mensagens tivessem idéia de como perdem clientela comigo quando incluem o final moralista/ameaçador...
Eu simplesmente tenho vergonha de mandar para meus amigos uma mensagem que inclua um final dessa natureza. Muitas vezes fico até chateada, pois sou uma espécie de “manteiga derretida” com essas coisas, me emociono fácil, e quero compartilhar minha emoção com os outros (só não sou como uma amiga minha, que chora em propaganda de margarina, mas daí é demais).
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