ARTEMIS

Vivemos em sociedade, entre conceitos, hábitos, costumes e idéias muito diferentes de um indivíduo para outro. Não existe a possibilidade de haver concordância total, em qualquer assunto, por menor importância que tenha, mesmo em grupos pequenos. Deve-se esperar uma ainda maior divergência de opiniões em um grupo grande, pois também o número de mentes aumenta, e com elas, os pontos de vista, a criatividade, imaginação, variações educacionais e culturais.
Para tentar resolver isso da melhor maneira possível, o homem criou diversos sistemas, desde a democracia, até a completa ditadura (o que resolve a questão de uma vez, já que ninguém pode se manifestar mesmo).
Não tenho a pretensão de tratar conceitos de política, somente da vida comum. Mas, na real, o que resulta disso tudo é a constante divergência entre os participantes de qualquer grupo social. Sobre qualquer assunto. Muitas vezes levando a crer que essa ou aquela pessoa está mal-intencionada, quando isso não é a realidade.
Isso não é errado ou fora do normal, apenas defendemos com vigor nosso território de idéias, pois acreditamos estar certos. Afinal, podemos habitar somente uma consciência, a nossa própria. E, por mais inseguros que sejamos, dificilmente deixaremos de confiar nas impressões que nosso próprio cérebro utilizou para chegar às conclusões que obtivemos.
Pessoas são simultaneamente boas e más. Apenas algumas decidem que preferem ser mais más que boas e outras se esforçam para fazer seu lado bom prevalecer.
Mas, o que pode acontecer para evidenciar esse ou aquele lado desse equilíbrio, são as solicitações do meio às quais nos expomos.
Dinheiro, por exemplo, acredito que seja uma espécie de marcador, ou ainda, um verificador de capacidade e resistência, assim como o poder.
Talvez a expressão “o dinheiro não traz felicidade” tenha sido criada por alguém que se viu na situação rara de, repentinamente, passar a ter muito dinheiro. Como ganhadores de grandes prêmios, os quais passam a ter muitos novos amigos ou descobrem o quão exigentes e desagradáveis podem se tornar as pessoas mais próximas.
Já o poder, é capaz de transformar a pessoa mais bem intencionada e corrompê-la ao lhe mostrar as diversas possibilidades nas mãos de quem o tem. Desde os ganhos financeiros, até a chance de externar uma personalidade ditadora, mantida sob controle, até então.
O bom e o mau, nas situações rotineiras, quase sempre são apenas uma maneira pessoal de interpretar, dependendo das concepções de cada um e de benefícios individuais que possam ser obtidos.
Sem dúvida existem fatos que não deixam a menor dúvida, e se apresentam classificados de maneira unânime como bom ou mau, mas esses não são os mais corriqueiros aos quais também atribuímos essas mesmas qualificações. Podemos reconhecer com clareza a diferença.
Ainda assim, é bastante difícil resolver questões como: o que é melhor para a comunidade X, utilizar a verba Y para construir o sistema de esgotos ou para a ponte de acesso ao outro lado do córrego? (Sendo o esgoto e o córrego assuntos não relacionados, pois senão haveria uma terceira opção)
Uma parte dos moradores acharia melhor o esgoto, principalmente seu “fulano”, pois quando chove muito, entra sujeira em sua casa.
Outra acharia melhor a ponte, principalmente “beltrano”, pois diminuiria em muitos quilômetros seu acesso diário ao serviço.
Assim, isso pode virar uma disputa acirrada entre vizinhos que se davam bem. Cada qual incapaz de compreender como o outro pode ser tão egoísta e mau.
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