ARTEMIS

Rabisquei um texto esses dias e fiquei dizendo à mim mesma: “Nossa, como cê é enxerida. Pra quem não sabe nem o nome dos vizinhos, e sequer se os tem, como se sai bem quando resolve cuidar da vida dos outros!”
Iniciava assim:
“O trio sentado a quatro ou cinco mesas de distância da minha mesa na pizzaria, me deixava intrigada, e ...”
Bem, mas a verdade é que esse acontecimento já tem alguns meses, e sem um motivo muito claro, ainda não melhorei nem publiquei o rabisco.
Talvez, tentando deixar para depois mais essa clara manifestação do meu voyeurismo, pois já demonstrei anteriormente meu interesse em observar as outras pessoas.
Mas parece que agora, estamos sendo publicamente redimidos, nós que temos esse tipo de voyeurismo. Essa nova tendência e a identificação que encontrei com esse meu grupo social (voyeurs), estão divulgados no Olhômetro, Uma rede social que serve pra bisbilhotar
Aprendemos que não é bonito, educado, elegante, o que quer que seja, se interessar pela vida dos outros. Muito menos demonstrar isso abertamente.
Mas as evidências de nosso interesse na vida de outras pessoas é uma coisa que não se pode mais negar sem ser hipócrita ou ridículo. Por isso temos tantas pessoas interessadas na vida dos famosos, programas de TV que vigiam pessoas convivendo de maneira artificial, sites que mostram o dia-a-dia de pessoas comuns (ou não).
E blogs.
Todos temos uma curiosidadesinha sobre a vida do outro. Uma suspeita de que talvez a vida “dele”, seja melhor que a minha, por mais que eu seja mais bonito, mais bem pago, mais saudável, mas...
Como saber????
Ou ainda, uma suspeita de que, apesar de tantas contas para pagar, da balança que insiste em nos criticar e daquele calo incurável no dedão, possamos ser uma das pessoas mais felizes do mundo!
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