ARTEMIS

Raiva!

Acredito que todas as emoções que sentimos devem ter sua finalidade na construção do nosso ser, nós é que temos que encontrar maneiras de utilizá-las melhor.

Sem dúvida não é fácil.

Quanto a vocês não sei, mas uma coisa vista como negativa e que eu descobri poder usar em meu benefício é a raiva.

Descobri isso em um momento particularmente importante da minha vida, poucos dias antes da minha defesa de dissertação. Nessa época, problemas emocionais comuns à vida de todas as pessoas, me levaram a cultivar uma profunda raiva.

Imaginei que isso iria causar o estrago final naquele momento que há mais de dois anos eu vinha temendo ter de enfrentar.Tímida, temerosa do mundo que costumava ser, me parecia que seria um dos piores momentos de exposição pública a que eu estaria sujeita na vida.

Porém, envolvida pela raiva que vinha sentindo nos últimos dias, resultante de motivos que não tinham relação nenhuma com meu mestrado ou a defesa da dissertação, no momento da exposição do trabalho, pela primeira vez me questionei daquela maneira à que já me referi aqui em EU sou também outra e VOCÊ? - Que vá a M....

Isso me encheu de força, a certeza de que nada poderia realmente me atingir mortalmente. Então, respirei fundo, pensei de novo: - Que vá a m*rda! E fiz minha apresentação como se fosse outra pessoa, e não aquela apavorada a quem eu estava habituada.

MA-RA-VI-LHO-SO!!!!

Como eu previa, foi um momento emocional extremamente importante na minha vida. Aquilo que eu esperava que expressaria o auge do que até então vinha sentindo do habitual pavor das pessoas, da exposição e do julgamento público, transformou-se no marco inicial dessa lenta transformação que estou feliz em sentir ocorrer em mim.

Já passou um tempo bem considerável, e uma mulher nunca gosta muito de citar períodos de tempo, mas continuo a olhar para muitas coisas que me intimidam e me questionar daquela mesma maneira.

Minha mãe jamais aprovaria, nem mentalmente, como faço, mas continuo a responder ao questionamento com a mesma frase que pareceu me libertar na primeira vez que me dei permissão para usá-la:

- QUE VÁ A M*RDA!!!!!!
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