ARTEMIS



Ainda ontem, escrevi sobre a minha indignação com essa disseminação maníaca de mensagens de paz, amor e esperança, escoradas em opressivas e ameaçadoras finalizações de mensagem do tipo recriminatório e julgador. Claramente tendo como objetivo afetar os sentimentos de culpa, auto-punição e medo das pessoas.
Fatores que costumam ser amplamente utilizados por pessoas ou instituições com prática e habilidades desenvolvidas no sentido de manipulação de outras pessoas em busca de benefícios próprios. Pode-se verificar isso facilmente nos históricos das culturas religiosas, por exemplo.
Há alguns dias atrás, escrevi sobre a disputa ideológica ciência x religião.
Procurei deixar claro que minha opinião é de que essa é simplesmente uma questão que não necessitaria existir.
Penso desta maneira: se o mundo existe, e é criação de Deus, que conceituamos como um ser perfeito que sabe melhor do que qualquer um o que faz; tudo o que conseguirmos obter através de nossa própria habilidade, nos é de direito fazer e julgar segundo nossas próprias leis.
Pois, acredito que, se está ao nosso alcance qualquer feito que seja, ele nos foi permitido por Deus, e deixado sob a jurisdição de nossas próprias leis. Do contrário, simplesmente, não o poderíamos fazer.
Acontece que tanto no caso de quem acredita que é necessário o envio de ameaças junto à lindas mensagens de amor e paz, como os que acreditam que devem invocar a vontade de Deus para criar essa ou aquela norma de conduta moral, social ou científica, estamos exercendo nossa tendência em crer que temos um Deus "à nossa imagem e semelhança", e não o contrário, como, tentando nos disfarçar de humildes, costumamos citar.
João Carlos, em Que raio de Deus é esse?, me trouxe o assunto mais uma vez à mente, quando cita estudos que tratam do modo vaidoso como as pessoas pensam, achando que Deus tem idéias iguais às delas.
"Em resumo, o estudo revela que as pessoas tendem a acreditar que Deus pensa como elas. Ou, posto de uma forma menos eufemística, que as pessoas acreditam que Deus tem que perguntar para elas como gerir o universo. Não é de estranhar, portanto, que o tema "Deus" cause tantas discussões e desavenças..."

Mas, honestamente, quem será que, no fundo, não pensa que sua opinião não é a melhor e por isso Deus o apoiaria?
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