ARTEMIS

Desisti de viver como se a vida fosse apenas uma obrigação desagradável.
Não vejo mais em mim a procrastinação, pois se ela existe, é porque na verdade, não surgiu ainda o momento correto para realizar aquela tarefa específica.
Sei que é uma boa maneira de conseguir a justificativa perfeita, mas percebi que, se usarmos do máximo de honestidade conosco mesmos, pode dar muitos bons resultados. Inclusive na qualidade da tarefa a ser realizada, por ser feita em um momento mais apropriado, e não com o pensamento que precisamos “nos livrar” dela.
No entanto, achei magnífica e muito significativa a frase escrita pelo Alessandro, em Sobre as Vantagens de ser Mortal e a Procrastinação
“Os gestos humanos, por serem tão fugidios e irrecuperáveis na linha do tempo, são desse modo preciosos, irrecuperáveis, únicos.”

Pois, realmente acredito nesse valor. No valor de cada momento de nossa vida, e que ela deve ser bem vivida, seja para estar realizando uma tarefa de alta relevância, seja para não estar fazendo absolutamente nada.
Adotei isso para minha vida depois que fiz uma série de ajustes. Ajustes como: só tentar realizar aquilo que eu realmente me achasse capaz, e que não estivesse muito contrário às minhas tendências naturais, e para isso, diminuir o número de deveres e aumentar o número de prazeres não pagos.
Fiz descobertas importantes com isso. Descobri que a perda de recursos monetários que me permitiam o acesso a prazeres mais caros, que, porém, eu não poderia desfrutar devido às inúmeras preocupações com as mais diversas obrigações, pode ser largamente compensada pela troca das necessidades que antes me moviam, ou por uma melhor visualização daquelas realmente necessárias e prazerosas.
Afinal, as estrelas e seu lindo espetáculo, estão disponíveis gratuitamente ao público, e mais acesso tem à elas aqueles que tem tempo para observá-las e a cabeça leve de preocupações para poder erguê-la em direção ao seu brilho.
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